"Minh'alma é triste como a voz do sino
Carpindo o morto sobre a laje fria;
E doce e grave qual no templo um hino,
Ou como a prece ao desmaiar de um dia.

Se passa um bote com as velas soltas,
Minh'ahna o segue n'amplidão dos mares;
E longas horas acompanha as voltas
Das andorinhas recortando os ares."

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

História sem fim


O ano começava, dois garotos se conheciam, grandes amigos tornar-se-iam.
Nunca se sabe de onde vai surgir uma grande amizade. A destes dois começou com um simples adicionar no Orkut seguido de um pedido de MSN e uma conversa bastou para que começassem a se falar todos os dias. Estudavam na mesma escola, viam-se todos os dias, mas não se cansavam de conversar e de conhecer um ao outro. Já era de se esperar que a amizade fosse crescer, mas nunca se tem noção da proporção que as coisas podem vir a tomar. De conhecidos a colegas; de colegas a amigos; de amigos a irmãos. Foi nesta gradação, com ajuda de muitas palavras e poucas atitudes, que os dois se tornaram melhores amigos. A cada dia que passava, um surpreendia mais o outro positivamente e a amizade só crescia e crescia e crescia. Para um, o outro não possuía defeitos. Era algo bem idealizado e impossível de ocorrer, mas isto não passava pela cabeça dos dois, que estavam muito empolgados com aquela nova amizade.
Mesmo diametralmente opostos, mantiveram-se unidos. Algumas brigas no decorrer do ano, coisa normal de amigos: ciúme, desentendimento; tudo voltava sempre ao normal e, ao final, era motivo de risos. E assim foi sendo levado até o final do ano... entre brigas, promessas de amizade eterna, demonstrações de companheirismo. Mas, naquele ano, não passou de um mero contato escolar. Houve uma ou duas saídas, mas não foram situações com força suficiente para o contato exclusivamente escolar e virtual prevalecessem.
Ao final do mesmo ano em que se conheceram e que se tornaram melhores amigos, houve o primeiro grande obstáculo na amizade daqueles dois: um deles ia mudar para uma escola muito distante. Eles pensavam se seria o fim daquela união - desculpem o palavrão, mas é necessário - do caralho que eles não haviam conseguido construir com ninguém e tinham certeza de que não iam consegui isto com outrem. Voluntária ou involuntariamente - não importa -, ocorreu o que os dois desejavam e não esperavam: além de manterem a amizade, esta cresceu mais.
No decorrer do ano ano seguinte, os momentos eram sempre nos extremos: ou os amigos estavam muito bem um com o outro, ou muito mal. Esse ano foi marcado por uma união inigualável. Eles faziam praticamente tudo juntos... não importava que as escolas e as casas eram distantes. Finais de semana e o faltar aulas existiam para quê? Driblando todo e qualquer obstáculo, os amigos permaneciam de pé, fortes e sempre dispostos a resolver qualquer problema que existisse entre eles. Era uma amizade incrível e admirada por quem estivesse de fora. Pensavam: "Como eles conseguem ser tão amigos desse jeito?". E nem eles mesmos sabiam responder. Alguns até tentavam fazer com que a amizade acabasse, mas todas as tentativas eram em vão. Era forte!
Não obstante, no final do ano, mais precisamente em novembro, um fato inesperado ocorreu. Quando um deles mais precisava de apoio, viu-se abandonado pelo amigo, que alegava ter enjoado da amizade. Aquilo não fazia sentido. Como um poderia abandonar o outro e logo no momento em que mais precisariam estar juntos? Não dava para ele entender. Aliás, ninguém conseguia entender aquela atitude. O ano virou, os dois simplesmente ignoravam o fato de a amizade ter acabado sem o mínimo sentido e continuaram seguindo a vida normalmente. Porém, aos poucos, devido ao ciclo comum de amigos, retomaram o contato, lógico que superficialmente.
Devido a tantas idas e vindas durante a amizade, devido a tantas brigas e estresses desnecessários, não sabiam se realmente valia a pena voltar a ser tudo como era antes, como já havia acontecido outras n vezes. Mas o destino se encarregou de fazer estes dois voltarem a ser como era antes: grandes amigos, quase irmãos. Havia saudade e vontade; o que faltava mesmo para ser tomada alguma atitude era coragem. A dúvida de talvez passar por todo desentendimento já ocorrido não deixavam que eles tomassem alguma atitude.
Voltaram ao normal mais ou menos 6 meses depois. No início, foi como se nada tivesse acontecido, tudo era perfeito. Era uma amizade tão rica de histórias, de segredos, de companheirismo que estava voltando a ser como era antes. Durou. Pouco, mas durou. Agora, mais do que antes, havia uma cobrança muito grande porque não admitiam que os erros já ocorridos acontecessem novamente. Não aceitavam tal fato. Ou seja, as brigas continuaram e, por paralelismo semântico, cansaram novamente. Só foram acrescentadas novas histórias, novas brigas e uma nova separação. Optou-se pelo fim, prosseguiram com suas vidas,

11 comentários:

  1. Essa história me lembra muita coisa!

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  2. "Vamos dando risada que a vida nos chama, não dá pra chorar!"
    A vida é feita de ciclos e acredito que esses amigos fecharam o deles.
    Gosto muito do que vc escreve. Sou fã desse blog.
    bjs.

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  3. Acho que nunca tive uma amizade tão forte assim. :~

    Adorei, Lennon. :)

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  4. É sempre preciso saber quando uma etapa chega ao final. "Tudo que chega, sempre chega por uma razão."

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  5. ah, amigos, amigos, eles vem, eles vão, eles ficão, eles são. O que seria de nossa história sem eles né?

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  6. Te vi no blog do Dann Vieira (http://deliriosdedann.blogspot.com) e vim aqui dar uma conferida nos textos. Abraços ;)

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  7. Amigos, amigos.. parte de nossa vida e nossa história.. seja lá como for.. tô encantada por suas postagens.. parabéns!!!

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  8. Amizade forte é como a nossa, chega ser chamada de paixão! HAHA
    te amo paixão! (L)

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  9. historia real nao real.

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