"Minh'alma é triste como a voz do sino
Carpindo o morto sobre a laje fria;
E doce e grave qual no templo um hino,
Ou como a prece ao desmaiar de um dia.

Se passa um bote com as velas soltas,
Minh'ahna o segue n'amplidão dos mares;
E longas horas acompanha as voltas
Das andorinhas recortando os ares."

sábado, 2 de julho de 2011

Isso aqui estava desativado, eu não postava há meses, mas, não sei por quê, resolvi postar hoje. Eu sempre me preocupei muito em escrever em terceira pessoa para deixar aquele mistério, despertar a curiosidade nas pessoas para saber se a história era real ou simplesmente inventada. Consegui. Mas não é a minha preocupação de hoje.

Muita coisa está acontecendo ao mesmo tempo - agora, por exemplo, entrou uma mosca aqui em casa e eu vou ter que matá-la com aquela raquele elétrica muito divertida. Faculdade, música, amizades... e eu superenvolvido com tudo, aparentemente, sem tempo algum para colocar mais fatores na minha vida. Eu não pensava em nada além disso mesmo... eu me sentia completo cantando e dando aula, nada mais era necessário além das minhas boas amizades e da companhia da minha família comigo. Legal, e daí? Eu fico lembrando e vejo que tanta coisa mudou desde a minha última postagem aqui. Para falar a verdade, minha vida mudou totalmente e quem me acompanha sabe disso muito bem. É incrível como a vida de ensino médio é diferente da de universidade... só vivendo mesmo para saber. E eu juro que não imaginava isso. Final de período é uma merda, todo mundo pirado fazendo vários cálculos para ver quanto precisa para passar, vibrando por não ter ficado de prova final em Teoria Literária - disciplina que eu abandonei porque... porque eu sou babaca - ou ficando revoltado por ter que fazer PF daquela biba louca que nem sabe o que fala. Juro que pensei em desistir desta vida acadêmica. Por quê? Porque não é para mim ficar lendo textinhos, refletir e discutir sobre o que a porra do Saussure pensa sobre a linguagem. Tá, é óbvio que qualquer um que faz Letras tem que ler bastante, mas eu não pensei que fosse tanto. Pensei em desistir e me dedicar totalmente à música, mas veio uma luz na minha cabeça que me fez repensar e eu não vou trancar a faculdade, ainda. Consigo fazer as duas coisas. E eu quero fazer Letras desde os 12 anos de idade, sabiam? (Não, não sabiam!) Pois é... em meio a todo esse rebuliço de faculdade, eu conheci pessoas maravilhosas lá, bem diferentes de todas que eu já havia conhecido antes. Conheci até um tarado que falou por esses dias que estava apaixonado por mim desde a primeira semana de aula. Ah, tá, estou acreditando já. Até agora, parece tudo divertido... aquela coisa bem Xuxa. E eu nem falei que eu tenho um grupo musical formado por 14 cantores maravilhosos, que respiram música... tipo eu. E eles me alegram só de chamar no MSN para falar merda.
Tudo muito Xuxa mesmo, mas eu não gosto dela... acho-a ultrapassada e cara de pau por já ter feito um filme pornô e, depois, lançar DVD para baixinhos - não para mim. Então, como vida nenhuma é bela demais - o grupo musical, as notas boas na faculdade, as pessoas maravilhosas que eu conheci -, a minha resolveu tirar uma onda com a minha cara nas últimas semanas. haha Sabe quando você diz para sua mãe que vai sair e ela faz cara feia? Aí você diz que não vai sair e ela agradece a Deus? E quando você repensa e decide sair em cima da hora, ela diz que não concorda, mas que não pode te impedir? É sempre assim, e você sempre ignora tudo. Pois é, eu ignorei e, agora, acho que eu entendo porque minha mãe não queria que eu saísse naquela noite. Ô destino filho da puta! Eu não vou falar mais aqui porque vai ficar muito na cara - talvez seja essa a intenção - e eu não quero parecer apelativo. (o que eu estou falando? o.o) Vou explicar melhor...
Eu já passei por muita coisa difícil nesta vida... meus pais se separaram quando eu tinha 4 anos. Fui criado pela minha avó - que já não regulava muito bem das ideias -, que é um amor de pessoa, considero-a minha segunda mãe. Depois, eu tive que lidar com o fato de eu ser uma pessoa extremamente antissocial - eu não ia a nenhum lugar em que houvesse pessoas! Depois de grande - tá, eu sou baixinho -, eu ainda tenho que enfrentar preconceito social, piadinhas escrotas de gente ignorante, etc., e eu passei por isso tudo muito bem. Eu só não imaginei que, na altura do campeonato, eu fosse me tornar uma pessoa tramatizada. É! Eu tenho um trauma que me faz ter medo de amar, medo de expor meus sentimentos porque eu posso me machucar como me machuquei uma vez. Eu sei que isso é ridículo... quem já passou por uma, passa por duas, três... mas eu não sei o que está acontecendo comigo. Talvez seja o medo de estar confundindo as coisas, de não ser correspondido, de querer sozinho. Nada pior do que querer sozinho - em qualquer sentido! "Quero sair. Mas ninguém quer." "Quero fazer um dueto. Mas ninguém quer." "Quero você. Mas você não me quer." Péssimo, né? E eu busco meu refúgio na música... é a forma como eu consigo me expressar melhor. Eu escrevo músicas, sabiam? (Não, não sabiam!) Mas a maioria que eu canto, não escrevo não... só interpreto mesmo. Várias pessoas me falam que a minha voz passa muito sentimento... eu até entendo porque eu faço questão de só cantar o que eu realmente estou sentindo. Por exemplo, não faz sentido, agora, eu começar a cantar "Stereo", da Preta Gil... mas "Olha", de Erasmo Carlos, cairia muito bem. Esta fala de alguém que pensa ter encontrado a pessoa certa para compartilhar as coisas, para tentar amar. (eu sou assim... não acredito em amor construído pela distância ou por palavras, apenas. Para eu amar, é difícil, mas eu sei quando o amor pode vir a despertar por alguém. Confuso?).
Enfim, eu já me perdi no meio de tanta coisa que digitei... resolvi escrever porque eu não posso cantar no momento para não acordar minha mãe. Ela ficaria extremamente irritada, e eu não gosto de vê-la assim... ela é o amor da minha vida, sério.
Fato que ninguém vai ler isso e, caso leia, vai me achar estranho... eu acharia.

Fiquemos com Deus. (=